Continuando com a 2ª parte do nosso especial contando a história de Walt Disney. Nesta parte falaremos sobre o primeiro longa-metragem que até hoje é um dos maiores clássicos do cinema até a criação do nosso querido Zé Carioca, onde o Brasil serviu de inspiração para Walt criar o personagem.
Walt Disney pretendia fazer um longa-metragem da clássica história de Branca de Neve. Houve protestos por parte da equipe, mas o filme foi feito. Após três anos de produção, desenho e músicas, o filme estreou como o primeiro longa-metragem animado da história.
O longa-metragem foi exibido pela primeira vez no Carthay Circle Theatre, em Los Angeles, tendo sido produzido com a gigantesca soma de US$1.499.000,00 durante a maré baixa da depressão, sendo este filme considerado até hoje como um dos seus grandes feitos e um dos monumentos imperecíveis da indústria do cinema.
Graças a essa criação, sucesso de bilheteria em todo o mundo, Walt Disney ganhou um novo Oscar, que na realidade foi representado por sete estatuetas em uma homenagem da Academia aos anões do filme.
Branca de Neve gerou fundos necessários para a construção de um novo estúdio e foram criados novos longas-metragens: Pinóquio, Fantasia e Bambi. Infelizmente, os tempos de lucro não duraram muito, devido à Segunda Guerra Mundial.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Em 1940, a construção do estúdio em Burbank estava terminada e a equipe de Walt incluía mais de 1.000 (mil) profissionais, dentre eles: animadores, roteiristas e técnicos.
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Walt Disney passou a colaborar com o FBI, a polícia federal americana e 94% (noventa e quatro por cento) de seu grupo estava engajada em trabalhos para o governo, produzindo desenhos animados de treinamento para os soldados.
Em seguida, começou a fazer filmes de propaganda militar, nos quais utilizava principalmente seus personagens mais conhecidos, além de filmes sobre saúde entre outros. Até hoje esses trabalhos são exibidos por todo o mundo pelo Departamento de Estado norte-americano. Desta forma, Walt podia contar apenas com a outra parte dos funcionários, com os quais dedicou-se à produção de comédias curtas, consideradas absolutamente essenciais para o moral de civis e militares.
Curiosidades sobre a 2ª Guerra
O curta-metragem chamado The Story of One of Hitlers Children as Adapted from: Education forDeath – The Making of the Nazi, de 1943, é uma sombria propaganda antinazismo.
Dirigido por Clyde Geronimi, o mesmo responsável pelos clássicos A Dama e o Vagabundo e Peter Pan, o desenho possui a voz do Hitler de verdade (quer dizer, pegaram um dos seus discursos gravados). Com idiomas em inglês e alemão.
No mesmo ano, também lançaram Der Fuehrer’s Face, estrelado por ninguém mais, ninguém menos que o Pato Donald como um nazista! Esse, dirigido por Jack Kinney, que trabalhou em Dumbo e Pinóquio, não é tão macabro, mas é bem mais “viva os EUA” com direito ao Pato Donald dormindo com um pijama da bandeira americana. Também em inglês.
Ambos foram censurados pelo próprio Disney depois da guerra , que disse que não seriam mais lançados novamente não importando o formato. Contudo, em 2004 saiu o DVD Walt Disney Treasures em que possuia os dois curtas.
WALT DISNEY NO BRASIL E ZÉ CARIOCA
Zé Carioca é o apelido do papagaio José Carioca, criado no começo da década de 40 em uma turnê dos estúdios de Walt pela América Latina, que, como já citado, fazia parte dos esforços dos EstadosUnidos para reunir aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Historicamente esse esforço na América Latina foi chamado de “Good Neighbor Policy” ou Política da Boa Vizinhança.
Zé Carioca teria sido criado pelo próprio Walt Disney dentro do Copacabana Palace Hotel. O desenhista disse que amou tanto o Rio de Janeiro, que tinha que deixar um presente para os cariocas. Hoje o Zé Carioca é mais do que um personagem ou mascote carioca, é um elo entre a Walt Disney e o Brasil.
Em sua passagem pelo Brasil, uma das coisas que chamou a atenção de Walt Disney foi o inesgotável repertório de piadas de papagaio que circulavam pela rua. Daí a inspiração para a criação do personagem como um papagaio antropomórfico, que deveria representar o estereótipo do brasileiro (em especial o do Rio de Janeiro). Zé Carioca foi mostrado como um personagem divertido e festeiro.
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